quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Palavras

Já reparou como algumas palavras de nosso
cotidiano perderam a força?

Por exemplo: doutor. Hoje qualquer um é
chamado de "doutor".
Basta estacionar o carro
no estacionamento e lá vem o
manobrista: "- Deixa comigo, doutor!"
Ou Deus. Hoje é uma palavra usada como adjetivo, pasmem!
Como: "-Aquele modelo é um deus!"
E as expressões? Quando paro pra ouvir de verdade o que as
pessoas dizem, acabo indignada. Até mesmo com o que eu digo...
a gente maximiza os fatos, se o texto é curto, a gente aumenta,
coloca mais preposições, adjuntos adverbiais, procura palavras
difíceis para criar uma maior seriedade àquilo que é dito, e o
pior de tudo é que convence! À muita gente, mas não à mim!

A palavra dita tem um peso que é eterno, ela dura
pra sempre, na mente de quem ouve.
Mas, na mente de
quem fala ou escreve, não. Tem gente que fala sem
responsabilidade, fala por falar, discursos e discursos...
lindos, comoventes, convincentes. Mas que, no fundo, nem a
pessoa que fala acredita mesmo naquilo.

Hoje as pessoas se admiram com isso: com o que soa. Você pode
até xingar alguém sem soar exatamente um "xingamento" e aí, se
a pessoa se ofender, não foi isso o que você quis dizer.
Mas disse. E não há como voltar.

Quando falamos sem pensar, saem as maiores besteiras, que nem
você mesmo esperava. Bom, comigo pelo menos é assim. E essa é
a graça da fala, porque
para cada palavra dita existem
pelo menos umas 10 para desdizer.


E eu me espanto com pessoas que, pior do que falar palavras
vazias, acreditam realmente nela. Como por exemplo: discursam
muito bonito...mas se você para pra observar, suas atitudes não
dizem o mesmo. Sabe aquela criança que não quer parar a
brincadeira, está agarrada ao amiguinho e ainda assim fala:
"-Me solta, me solta!"

É isso aí...na boca uma postura, na atitude outra. Só que no
mundo dos adultos é outra coisa. É mais ou menos assim:
"-Eu sou super empática, dou minha roupa do corpo para os
outros..." e aí, se investigamos a fundo com certeza acharemos
um monte de roupas no seu armário que não lhe servem mas tem
"valor sentimental". Bah! Pura falsidade, aparência!

A palavra, em si, não tem culpa nen
huma. Ela faz o
papel dela em todas as situações, depende de como a usamos.
"nunca" pode significar "sempre", quer ver? "-Eu nunca fiz
tal coisa." poderia ser "-Eu sempre quis fazer tal coisa."
Rsrsrsrrsrsr essa foi brincadeira...no sentido real da palavra,
não aquela "brincadeira" que usamos pra nos proteger de
uma besteira dita.

Acho que o grande lance é avaliarmos as pessoas
pelas suas atitudes, e não pelas palavras camufladas
no meio de tantas lacu
nas...





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